Cultura
Delmiro Gouveia AL
Cavalhada
Folguedo popular inspirado nas lutas de cristos contra ou mouros. Teve
incio na Pennsula Ibrica e chegou ao Nordeste brasileiro atravs dos
colonizadores portugueses. A Cavalhada composta por doze cavaleiros,
divididos em duas equipes, diferenciadas pelas cores azul e vermelha que
ostentam nas lanas, chapus e lenos, bem como nos cavalos ajaezados. Os
grupos de cavaleiros desfilam com pompa at o local da disputa. Perfilados
a cerca de 200 metros dos mastros que sustentam uma argola suspensa no ar,
os corredores iniciam a disputa: lana empunhada, o cavaleiro parte em
disparada na tentativa de retirar a argola. Os acertos so saudados com
aplausos. Durante a apresentao os cavaleiros amarram uma fita colorida
na ponta da espada e escolhem alguns dos presentes para oferec-la em
troca de gorjetas.
Pastoril
Auto popular para homenagear o nascimento de Jesus. As pastoras, moas
vestidas de azul e encarnado, formam duas fileiras (os cordes) separadas
pela Diana, vestida metade de azul, metade de encarnado. O cordo
encarnado puxado pela Mestra, o cordo azul, pela Contramestra, que
tocam pandeiro e maracs e cantam msicas louvando o nascimento de Jesus.
So acompanhadas por uma orquestrinha de pisto, trombone, clarinete,
bombardino e bombo. Apresentam-se em tablados rsticos, enfeitados com
cordes de bandeirolas recortadas de papel colorido. Nessa representao o
forte a participao do pblico que manifesta sua preferncia pelo
cordo azul ou encarnado.
Variaes do Pastoril surgiram nos bairros populares, aparecendo a figura
do Velho que toma vrios apelidos (Cebola, Canela de Ao, Catota, Galo
Velho etc). Em dilogo com as pastoras conta piadas obscenas, provocando
risos na platia.
Quadrilha
Folguedo caracterstico do ciclo Junino. A dana uma representao
popular dos luxuosos bailes de casamento da aristocracia europia.
Dana-se em pares, formando duas alas. O primeiro par de cada ale
representa o guia, o que deve conduzir os demais. Enquanto isso, o
marcador da quadrilha vai anunciando os os, numa terminologia
peculiar, de origem sa: "anarri" (en arrire); "alavantu" ( en
avant, tous), etc. Antes de iniciar a dana, faz-se a simulao de um
"casamento matuto", onde o casal desfila acompanhado do padre, do juiz,
dos padrinhos e dos pais do noivo e da noiva. A "cerimnia" ocorre com
muitas brincadeiras e ditos jocosos de sabor popular.
Reisado
Auto popular profano-religioso formado por grupos de msicos, cantores e
danarinos que percorrem as ruas batendo de porta em porta para anunciar a
chegada do Messias e pedir donativos. representado no perodo de 24 de
dezembro a 6 de janeiro, em louvor aos trs Reis Magos. Vestem-se com
saiotes de cetim colorido e adornado com gales dourados ou prateados,
chapus de abas largas, enfeitados com pedaos de espelhos, flores
artificiais e fitas de cores variadas. Alguns dos personagens portam
espadas prateadas.
Existem muitas variaes de Reisado, como "Os Guerreiros, "as Folias de
Reis", o "Boi de Reis". Os cnticos so acompanhados de sanfona, pandeiro,
viola ou rabeca. So personagens o rei, a rainha, o mestre ou secretrio
de sala, contra-mestre, palhaos. Algumas representaes incluem a "farsa
do boi", onde simulada a matana e a ressurreio do boi. Durante as
apresentaes os danarinos entregam aos presentes lenos, espadas,
chapus, para depois recolher com gorjetas.
|